Lá no cais senta a solidão
Por ver seu barco içar velas
Por sentir seu Eros partir
Caem as folhas secas
E voam ao vento sem rumo
Sem destino, com dor.
Ah, se barco regressasse
O cais voltaria a sorrir
Voltaria a encontrar Eros.
Que deus é esse?
Fere o coração,
Mostra a ruína da alma.
Lá no cais as folhas secaram
O rio não mais desaguou
E o ornamento matinal não brilhou.
Cais a lágrima
É o anonimato medieval
É a dor de Eros sem Psique.
Barco deixou saudades
Foi relatar seu Eros
Ao mito, ao oceano.
Que falta faz me encontrar
Pois sem tal Eros
Eu mesmo não sou ninguém.
Cais a tarde
Cais a noite
Cais o amanhecer de um espera
De um retorno
E de um único momento com teu sorriso
(escrito em 01/01/2000 em Ubatuba/SP)
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