POR MOTIVO SAÚDE A APRESENTAÇÃO DO DIA 22/05 FOI CANCELADA.
NOVA DATA SERÁ MARCADA...
No domingo dia 22 será apresentado as 18h no Teatro Procópio Ferreira de Tatuí (Rua São Bento, 415) o espetáculo "Vereda da Salvação" de Jorge Andrade, direção de Carlos Ribeiro com a Cia de Teatro do Conservatório de Tatuí.
SOBRE JORGE ANDRADE
Jorge Andrade é considerado um dos mais importantes dramaturgos do Teatro Brasileiro Moderno. Começou sua carreira teatral de forma bastante curiosa. Em 1951, ao assistir a peça O Anjo da Pedra, de Tenessee Williams, no TBC, sentiu desejo de ser autor.
Depois do espetáculo, procurou Cacilda Becker, que protagonizava a peça e foi então que ela aconselhou-o a ir para a Escola de Arte Dramática EAD, onde reafirmou e desenvolveu sua vocação de dramaturgo. Grandes autores da dramaturgia universal, tais como Ibsen, Tchekhov, Arthur Miller, O'Neill e Tenessee Williams foram referências muito importantes para a obra de Jorge Andrade. Porém, o centro da sua dramaturgia é ele mesmo e por extensão o Brasil. As experiências e vivências pessoais foram o núcleo de uma reflexão que foi se dilatando através da geografia e da história até constituir um painel como não há outro pela extensão e coerência em nosso teatro.
As suas primeiras peças "A Moratória" e "O Telescópio" examinam com muita propriedade e penetração o ambiente social que ele conheceu em menino, de fazendeiros atrasados nos costumes e métodos de trabalho, a aristocratas quanto a mando simples e rústicos na sua maneira de ser. Depois vieram as peças que retratam a aristocracia cafeeira decadente, a linhagem dos paulistas de quatrocentos anos que encontram na união com imigrantes enriquecidos - uma fusão de correntes sanguíneas e monetárias - a solução para suas agruras econômicas ( A Escada, Senhora da Boca do Lixo e Os Ossos do Barão).
Maduro para deixar sua classe Jorge Andrade escreve então "Vereda da Salvação". Neste texto ele vai ao outro extremo da escala social e moralmente. Um episódio real, noticiado pelos jornais e estudado pelos sociólogos, enseja-lhe um mergulho na questão do messianismo popular. Vieram então suas três últimas peças que refletem as preocupações mais fundamentais de Jorge Andrade: "Rasto Atrás", utiliza a metáfora da caçada para destacar o conflito entre pai e filho ou entre a incipiente vocação vocação literária de um rapaz e o resistente mundo agreste em que vive. " As Confrarias" também se utiliza de metáfora só que desta vez histórica Inconfidência Mineira revelando a eterna fragilidade do teatro em busca da sua função social. "O Sumidouro" aborda o tema intrincado das relações entre autor e personagem, através do tema do bandeirismo paulista, sob uma perspectiva nacionalista e popular moderna, fechada uma trilogia que aborda o artista enquanto homem, em luta contra obstáculos e preconceitos.
SOBRE A DRAMATURGIA DE “VEREDA DA SALVAÇÃO”
Foram oito as versões feitas por Jorge Andrade até que se chegasse a forma definitiva de Vereda da Salvação. Meeiros membros da Igreja Adventista da Promessa, exaltados pelo ardor religioso da Semana Santa, mataram quatro crianças que estariam possuídas pelo demônio, e reviveram a sua maneira a paixão bíblica. A polícia, chamada pelo fazendeiro, liquidou com armas aquele desvario.
Na passagem da realidade ao teatro o autor mostra seu amadurecimento. Jorge Andrade tema a cautela e o fato de ficcionista para temperar as intenções com uma dosagem objetiva de instintos e de fenômenos puramente naturais. Sustenta a trama um conflito de personagens próximos do prosaico, uma inter-relação de personalidades que se basta no território humano. O fundamento do grupo do Catulé não se diferencia das motivações psicológicas responsáveis pelos atritos normais em todas as coletividades o desejo de poder, luta pela liderança, o ressentimento do fraco pelo forte, os problemas do sexo extravasando em atitudes públicas, a procura de um sentido para a vida. Quando as soluções terrenas para tais problemas não se mostram eficientes, ganham corpo as fugas sobrenaturais e o grupo do Catulé se dispõe a abdicar aos valores palpáveis, em troca da prometida felicidade eterna. Para que a verdade salvadora seja mais acessível, tanto maiores devem parecer às provações. Num aglomerado que já desesperou das melhorias materiais, o chefe cede o lugar ao líder religioso, e Manoel se ofusca em face de Joaquim.
As várias personagens não estão na peça para ilustrar um problema teórico ou para a réplica aos protagonistas. Jorge Andrade soube transmitir-lhes consistência carnal, e assim os conflitos, antes de atingirem uma ressonância transcendente, se resolvem no plano das relações humanas. São quatro as personagens centrais de Vereda. Enquanto a situação se acha mais próxima dos elementos terrenos, o primeiro casal (Manoel e Artuliana) domina a cena. À medida que se impõe a fuga mística, mãe e Filho (Joaquim e Dolor) tomam a dianteira, e os agregados se curvam a sua influência. No correr da ação afirma-se a vitória do místico sobre o terreno. Os outros meeiros do Catulé completam a ambientação formando pano de fundo indispensável para o desenvolvimento da trama. Onofre (representante da Igreja Adventista, visita o grupo para pregações periódicas), Geraldo (filho de Manoel, se revolta contra o pai e fica ao lado de Joaquim), Ana (fiel ao Catolicismo, reage com bom senso ao fanatismo), Germana e Conceição (adeptas fervorosas do Adventismo se entregam a possibilidade de salvação divina). E assim se faz a obra de Jorge Andrade num Alumiar para a “Vereda da Salvação” se é que pode haver salvação para tal situação.
SOBRE A CIA DE TEATRO DO CONSERVATÓRIO DE TATUI
A Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí une professores, atores e atrizes profissionais a alunos de nível avançado do curso de artes cênicas, mantido pela mesma instituição. Em sua fundação, o grupo reunia professores, assistentes e bolsistas do curso de formação de atores, se propondo a fazer trabalhos de alto nível e funcionando como estágio de aperfeiçoamento para os alunos. Além de dar oportunidade para o desenvolvimento do trabalho do ator, os alunos podiam, ainda, se aperfeiçoar em maquiagem, figurino, sonoplastia, iluminação, contra-regragem e direção. A estreia oficial do grupo ocorreu em 1987 com o espetáculo “Adeus Fadas e Bruxas”, de Ronaldo Ciambrone, sob direção de Antonio Mendes. Em 1988, o grupo monta “A Ironia do Riso”, de Antonio Mendes, sob direção de Beth Ozuch; e “O Gato de Botas”, adaptação e direção de Antonio Mendes. No VI Festival Estadual de Teatro promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, o grupo participa com os dois espetáculos, cada um dentro de sua categoria, e conquista prêmio de Melhor Direção, Indicações de Melhor Ator e Sonoplastia por “A Ironia do Riso” e premiação de Melhor Direção, 3º Melhor Espetáculo, Melhor Iluminação e indicação de Melhor Atriz por “O Gato de Botas”. Em 2010, com “Rosa de Cabriúna”, a Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí foi a grande vencedora do 23º Festival de Teatro do Rio de Janeiro, realizado em âmbito nacional; e conquistou o prêmio de melhor ator coadjuvante no 38º FENATA – Festival de Teatro de Ponta Grossa, Paraná.
Dalila Ribeiro (Dolor)
Rogério Vianna (Manoel)
Fernanda Mendes (Artuliana)
Daniele Silva (Ana)
Antonio Ramos (Geraldo)
Carlos Ribeiro (Onofre)
Erica Pedro (Durvalina)
Adriana Afonso (Conceição)
Nathalie Abreu (Germana)
Marcos Caresia (Pedro)
Mabliane Jacob (Jovina)
Ana Hélia (Eva)
Hugo Muneratto (Sem)
Camila Vieira (Daluz)
Gabriel Tonin (Agregado)
William Priante (Marido da Daluz)Ana Raquel (Agregado)
Iuri Proença (Agregado)Direção: Carlos Ribeiro
Cenografia e adereços: Jaime Pinheiro
Figurinos: Carlos Alberto Agostinho
Costureiro: Lázaro Catel
Maquiagem: Dalila Ribeiro
Iluminação: Odilon Lamego
SERVIÇO
Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí
Espetáculo “Vereda da Salvação”
Carlos Ribeiro, direção
22 de maio – 18h00 (horário especial dominical)
Teatro Procópio Ferreira
Rua São Bento, 415
Ingressos: R$ 10 (R$ 5 idosos, estudantes e aposentados) à venda das 15h às 19h na bilheteria do teatro ou até as 21h30 do dia do evento
Recomendado para maiores de 14 anos
Informações: 15 3205-8444
Fique por dentro:
Fotos Kazuo Watanabe
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