sábado, 7 de maio de 2011

Agentes propõem a criação do Dia Municipal da Literatura Tatuiana

Dia 4 de maio seria a data, devido ao nascimento e morte de escritores
MATÉRIA DO JORNAL 'O PROGRESSO DE TATUÍ' de 08/05
Dia 4 de maio pode ser considerado o Dia Municipal da Literatura Tatuiana? Se depender de dois pesquisadores, Donny Barros e Rogério Vianna, a resposta é sim. Com um trabalho sobre o resgate da cultura da cidade, eles descobriram que, nessa data, em 1896, nasceu Chiquinha Rodrigues e morreu Paulo Setúbal, no ano de 1934.
Inicialmente, as pesquisas das obras literárias teriam um intuito pedagógico, para transformá-las em obras teatrais e apresentá-las às crianças e adolescentes. Segundo Vianna, este público é o mais carente de cultura tatuiana, que pouco sabe da importância destas duas personalidades.
No entanto, aprofundando cada vez mais os estudos, os dois pesquisadores encontraram a coincidência numérica. “A ideia do Dia da Literatura foi brincadeira nossa, não sei se existe um projeto de lei ou algo parecido. Mas, até o momento em que foi comentado, ninguém se pronunciou”, contou Vianna “É muito legal, porque conseguimos ‘lincar’ as datas. São duas personalidades tatuianas, nascidas na nossa terra e que têm uma grande importância na literatura”.
Vianna é quem estuda a vida e obra de Paulo Setúbal, enquanto Barros é responsável por Chiquinha Rodrigues. No entanto, ao contrário do reconhecido escritor tatuiano, encontrar os livros infantis da ex-prefeita e deputada estadual não está sendo uma tarefa fácil. Barros disse que eles foram perdendo-se na história, como o reconhecimento da população pela escritora.
“Eu já encontrei três livros de Chiquinha. Eles têm um conteúdo mais histórico. Porém, os infantis eu não achei. O mais próximo que consegui chegar do livro dela é uma poesia, descrita no ‘Vamos Conhecer as Riquezas do Brasil’”, afirmou Barros. “Eu faço um apelo para quem tiver guardado, entrar em contato. Pois a gente tem interesse em trabalhar com essas obras”, completou.
O produtor cultural Vianna explicou que uma das poucas informações conseguidas para a pesquisa foi encontrada no site de uma escola de São Paulo. “Um dos maiores interesses nossos é saber qual é essa vertente dela. Com o Paulo Setubal, nós vemos as obras, os romances históricos, a poesia... E a Chiquinha, quais são as referências que ela teve?”, questiona Vianna. “Nem na nossa biblioteca, quando nós fomos lá, aproximadamente um ano atrás, não tinha um livro de Chiquinha”.
Segundo Barros, “atrás” do nome da rua na vila Doutor Laurindo, existe uma “grande mulher”, que foi pioneira ao ocupar cargos de chefia e ter uma visão ambiental na década de 40. “Numa rápida pesquisa entre amigos, parentes e vizinhos, percebemos que o nome de Chiquinha Rodrigues é lembrada apenas pela rua no Doutor Laurindo. Poucos sabem que ela foi prefeita, menos da metade da população conhece ela como deputada estadual por duas vezes”, reclamou.
Sobre Paulo Setúbal, Vianna lembrou que a semana em homenagem ao escritor incentiva as crianças a terem contato com a literatura. “Isso é importantíssimo. Tem a redação, então, elas precisam ler um livro ou um trecho para poderem desenvolver as atividades. Assim, vão conhecendo Tatuí”.
“Por que não ter o Dia Municipal da Literatura, com essas duas personalidades? Com certeza, nós vamos descobrindo mais autores”, disse Vianna. “Quantas Chiquinhas e Paulo Setúbal estão escondidos em Tatuí e nós não sabemos, pois a cidade tem uma força literária”, destacou Barros.

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