terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Mistério na Sala de Ensaio" deve ser vista por quem ainda não viu

Quando adentramos uma sala de espetáculos para ver um trabalho cênico de um grupo de amigos, torna-se um problema grave, pois se o trabalho for bom, imediatamente nos aliviamos e ficamos felizes, pois não precisamos criar uma máscara que disfarce nossa insatisfação. Já quando o espetáculo esta entre o bom e o ruim, uma leve máscara é necessária, pois os amigos vão querer saber a opinião e a pior situação é ir ao teatro para prestigiar os amigos e durante a apresentação o trabalho não envolve o espectador, aí vem o arrependimento por ter ido e o medo de ter que encarar os amigos/atores e numa máscara sem expressão dizer-lhes Parabéns!!!

“Mistério na Sala de Ensaio” de Sério Róveri estreou nesta segunda-feira com alunos e professores do Setor de Artes Cênicas e atores da Cia de Teatro do Conservatório de Tatuí, essa é a segunda montagem realizada pelo Setor do mesmo espetáculo que em 2009 participou do Projeto Conexões.

Com um terço da platéia completa, misturavam-se ali estudantes da Rede Municipal e Estadual de Ensino, estudantes do Setor de Artes Cênicas e uma gama de interessados pela Arte Teatral. Ainda me é estranho o comportamento antes do início do espetáculo, onde estudante, quando é dado o Black-out entre o terceiro sinal e início do espetáculo eles gritam, como se fossem crianças com medo do escuro, para o ator que necessita de concentração não sei se isso e tão viável, mas fazer o que, segundo dizem é hábito isso ocorrer quando se reúnem os alunos do Setor, o que eles não percebem é que a platéia é também feita por gente que pouco tem o hábito de ir ao teatro e ao ver essa ato ensurdecer acaba pois ampliando os gritos e o que era para ser um boa intenção, vira um ato grosseiro e incomodo a quem tem o hábito de sentar-se numa sala de espetáculo para prestigiar um espetáculo. Bem, isso são costumes do qual posso expor meu pensamento, mas que ninguém deve se obrigar a respeitar, só acho inconveniente.

Atualmente, uma a mídia vem divulgando uma ação antiga batizada de Bullying, palavra que vem do inglês e que significa valentão, pois então essa palavra tem dominado as mídias e se tornado bastante corriqueira no vocabulário. Esse termo usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais ou repetidos praticado por uma pessoa ou grupo e que constrange outro ser é um dos focos que permeiam a trama do espetáculo “Mistério na Sala de Ensaio” escrito por Sérgio Roveri. Alí, em cena aberta identificamos ações que angustiam personagens como a menina de 14 anos que está grávida, ou o menino que sofre de disfemia ou gagueira, ou o menino que abandonado pelo pai tem dificuldades em tocar no assunto, ou mesmo o aluno dedicado que acaba virando chacota por ser estudioso. Uma situação de agressão torna-se bullying e essa discriminação, preconceito pode gerar conseqüências graves no futuro. Quando um coleguinha pratica o bullying, provavelmente ele desenvolveu esse traço cultural dentro de casa, essa situação é brilhantemente apresentada pela personagem de Miriam, manicure que ao saber que o filho agrediu um amigo num ensaio de teatro, devido ao tema de uma improvisação proposta pelo misterioso autor da obra a ser encenada, ela o repreende, mas acentua que se sentiu vingada com a situação dele.

Enfim, a pertinente montagem de Carlos Ribeiro apresenta ao público não uma narrativa sobre o bullying, mas uma sucessão de formas que geram o preconceito ao indivíduo .

O espetáculo inicia muito frio, quase que é incompreensível pela dicção dos atores, a primeira cena é forçada, gerando risos, em momentos cômicos somente a poucos e mesmo assim timidamente, mas vai num crescendo e termina como se deve e merece um trabalho teatral, numa cena lindamente interpretada por Adriana Afonso e André Luis Camargo. Em alguns momentos devido ao riso da platéia e ao fervor da cena, perdíamos algumas situações, mais digo somente pra ser chato, pois temos que apontar algo quando percebemos que alunos, professores e atores estão com personagens bem compostos.

Enfim dia 16 de outubro, quem ainda não viu terá a oportunidade de prestigiar esse trabalho tão atual e merecedor de muitos aplausos, o que realmente aconteceu ao final do espetáculo.

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