Quando adentramos uma sala de espetáculos para ver um trabalho cênico de um grupo de amigos, torna-se um problema grave, pois se o trabalho for bom, imediatamente nos aliviamos e ficamos felizes, pois não precisamos criar uma máscara que disfarce nossa insatisfação. Já quando o espetáculo esta entre o bom e o ruim, uma leve máscara é necessária, pois os amigos vão querer saber a opinião e a pior situação é ir ao teatro para prestigiar os amigos e durante a apresentação o trabalho não envolve o espectador, aí vem o arrependimento por ter ido e o medo de ter que encarar os amigos/atores e numa máscara sem expressão dizer-lhes Parabéns!!!
“Mistério na Sala de Ensaio” de Sério Róveri estreou nesta segunda-feira com alunos e professores do Setor de Artes Cênicas e atores da Cia de Teatro do Conservatório de Tatuí, essa é a segunda montagem realizada pelo Setor do mesmo espetáculo que em 2009 participou do Projeto Conexões.
Com um terço da platéia completa, misturavam-se ali estudantes da Rede Municipal e Estadual de Ensino, estudantes do Setor de Artes Cênicas e uma gama de interessados pela Arte Teatral. Ainda me é estranho o comportamento antes do início do espetáculo, onde estudante, quando é dado o Black-out entre o terceiro sinal e início do espetáculo eles gritam, como se fossem crianças com medo do escuro, para o ator que necessita de concentração não sei se isso e tão viável, mas fazer o que, segundo dizem é hábito isso ocorrer quando se reúnem os alunos do Setor, o que eles não percebem é que a platéia é também feita por gente que pouco tem o hábito de ir ao teatro e ao ver essa ato ensurdecer acaba pois ampliando os gritos e o que era para ser um boa intenção, vira um ato grosseiro e incomodo a quem tem o hábito de sentar-se numa sala de espetáculo para prestigiar um espetáculo. Bem, isso são costumes do qual posso expor meu pensamento, mas que ninguém deve se obrigar a respeitar, só acho inconveniente.
Atualmente, uma a mídia vem divulgando uma ação antiga batizada de Bullying, palavra que vem do inglês e que significa valentão, pois então essa palavra tem dominado as mídias e se tornado bastante corriqueira no vocabulário. Esse termo usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais ou repetidos praticado por uma pessoa ou grupo e que constrange outro ser é um dos focos que permeiam a trama do espetáculo “Mistério na Sala de Ensaio” escrito por Sérgio Roveri. Alí, em cena aberta identificamos ações que angustiam personagens como a menina de 14 anos que está grávida, ou o menino que sofre de disfemia ou gagueira, ou o menino que abandonado pelo pai tem dificuldades em tocar no assunto, ou mesmo o aluno dedicado que acaba virando chacota por ser estudioso. Uma situação de agressão torna-se bullying e essa discriminação, preconceito pode gerar conseqüências graves no futuro. Quando um coleguinha pratica o bullying, provavelmente ele desenvolveu esse traço cultural dentro de casa, essa situação é brilhantemente apresentada pela personagem de Miriam, manicure que ao saber que o filho agrediu um amigo num ensaio de teatro, devido ao tema de uma improvisação proposta pelo misterioso autor da obra a ser encenada, ela o repreende, mas acentua que se sentiu vingada com a situação dele.
Enfim, a pertinente montagem de Carlos Ribeiro apresenta ao público não uma narrativa sobre o bullying, mas uma sucessão de formas que geram o preconceito ao indivíduo .
O espetáculo inicia muito frio, quase que é incompreensível pela dicção dos atores, a primeira cena é forçada, gerando risos, em momentos cômicos somente a poucos e mesmo assim timidamente, mas vai num crescendo e termina como se deve e merece um trabalho teatral, numa cena lindamente interpretada por Adriana Afonso e André Luis Camargo. Em alguns momentos devido ao riso da platéia e ao fervor da cena, perdíamos algumas situações, mais digo somente pra ser chato, pois temos que apontar algo quando percebemos que alunos, professores e atores estão com personagens bem compostos.
Enfim dia 16 de outubro, quem ainda não viu terá a oportunidade de prestigiar esse trabalho tão atual e merecedor de muitos aplausos, o que realmente aconteceu ao final do espetáculo.
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