Rogério Donisete Leite de Almeida, tatuiano da rua Capitão Lisboa, 684, onde atualmente funciona a Antuérpia Turismo. Filho do senhor Oscar Leite de Almeida, homem da lavoura, plantador de feijão, milho, abacaxi e algodão e depois até hoje corretor de imóveis, e de dona Áurea Conceição de Almeida, uma mulher dos filhos, dos netos e de todo aquele que precisar de um colo e um abraço.
Rogério é o caçula de oito filhos numa constelação de quatro casais. Estado civil apaixonado. É um buscador, “um xereta”, instigado pelos “por quês” e “pra quês” na intenção de descobrir o “pra onde”. Esta busca converge. Espera que tudo caminhe para a plenitude espiritual. Artista iniciado na EEPSG “Chico Pereira”.
Incentivado a se desenvolver no universo artístico pela professora Cidinha Ortiz, que o estimulou a fazer gibis, buscar histórias e trazer informações, e pela professora Mirella Arena, que desvendou sua veia artística.
No então incipiente Setor de Artes Cênicas do Conservatório, orientado pelos mestres Carlos Ribeiro, Rivaldo Nogueira e pelo então “bom carrasco”, Antônio Mendes, aprendeu a ser ator e a encarar o mundo.
Em 1997 foi embora de Tatuí, levado pelo intuito de fazer carreira no mundo teatral e, graças ao professor Antônio Mendes, que parecia ser “carrasco”, formou-se o ator e o profissional com responsabilidade.
De 97 a 99 excursionou pelo Estado de São Paulo com os atores Paulo Jordão e Cláudio Martins, ambos tatuianos, e Melissa Nascimento. Apresentavam, nesta época, os espetáculos “Sertões: O Ciclo da Terra” e “Quem é Mais Bond?”, da Cia. Dramática Raízes, formada pelos quatro integrantes.
Foi uma vida aventureira, nômade, que lhe trouxe um deslumbramento pelo interior do Estado de São Paulo. Com parcos recursos, a companhia se dissolve e Rogério vai trabalhar na Incenna Escola de Teatro e Televisão. No começo, como office-boy, e, ao sair de lá, como auxiliar da coordenação pedagógica.
Neste espaço, teve contato com todo tipo de artista da televisão e do teatro.
Produziu cursos de interpretação para televisão, com Dennis Carvalho, Christiane Torloni, Monah Delacy, Antônio Fagundes, Cininha de Paula, Rogério Gomes, Fernando Leal, Paula Ribas e Herval Rossano.
Nesta mesma escola, conhece grandes nomes do teatro e por eles recebe a profissionalização como ator, aí nasce Rogério Vianna.
Foram seus mestres: Georgette Fadel, Cláudia Schapira, Kleber Vallin, Estela Lapponi, Marcelo Reis, Edson Gon, Marcelo Soler, Armando Filho, entre outros, deixando para citar por último a pessoa de Newton de Souza, um homem de Paranapiacaba apaixonado pela cultura popular. Paixão esta que encantou Rogério. Através dele, Rogério descobriu e se interessou em pesquisar a cultura popular brasileira.
Fez ainda o curso superior em tecnologia de produção e direção para rádio e TV, na faculdade Ceinter/FASP e, nesta loucura de estudo e trabalho, com mais de 17 horas diárias no ar, Rogério adoece e chega a ficar desacordado em exaustão total, sinalizando um estresse.
Com o apoio das amigas/irmãs Camila Clemente, Iara Vianna e Tininha Mello, Rogério retorna a Tatuí. Foi um momento de transbordamento total que necessitava ser esvaziado.
Em Tatuí, na casa dos pais, começou a trabalhar com corretagem de imóveis. Encaixotou seus livros de teatro para não cair em tentação... O ano corria em 2004.
Quase um ano depois, a convite de Pedro Couto, retorna ao teatro e juntamente com Eliane Tribiolli, Fernanda Xavier, Leonardo Carvalho, Talita Leme, criam o Núcleo Experimental Cênico “Falsa Modéstia”. A ideologia deste núcleo é o resgate e a valorização da cultura tatuiana.
De lá pra cá muito se fez e o relevo vai para a pesquisa da vida e obra de Paulo Setúbal e Chiquinha Rodrigues. Pretendem o resgate e a valorização de sua obra, preservando a memória de seus feitos notáveis.
A pesquisa sobre a educadora Chiquinha Rodrigues está sendo realizada por Donny Barros. Rogério é mantenedor do núcleo e todos os projetos no papel são de sua autoria e a criação artística é de todo núcleo, atualmente com dez integrantes. Em cinco anos, com muito empenho, o núcleo criou a “Série Teatral Educativa”, formada por dez espetáculos focando o meio ambiente, a higiene pessoal, transito, alimentação, etc.
Em outro projeto está sendo feita a adaptação de obras de Paulo Setúbal para a linguagem teatral.
Na Câmara Municipal transita para a aprovação a instituição de 4 de maio como o “Dia Municipal da Literatura”.
Indo para o 4º ano, “O Conto de Natal Tatuiano” é o ápice da realização sobre a valorização da cultura popular tatuiana. Este espetáculo acontece na rua e reúne o Cordão dos Bichos, o cururu com Zé Pinto, Zacarias e o violeiro Josué, a seresta com Os Seresteiros com Ternura, a poesia de Freddy Nabhan, a folia de reis de Júlio Cleto, o circo, a dança, sempre representada por uma escola da cidade e mais o trabalho do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) com o projeto “Envelhecer com Qualidade de Vida”, sob coordenação de Ivan Resende.
Alem de todos esses trabalhos, Rogério é ainda ator da Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, com carteira assinada; produtor do programa Coreto Paulista, gerido pelo Conservatório; e assina o blog www.rogerioviannatatui.blogspot.com.
Rogério, que vida doida esta sua! Doida de boa. Qual o desafio do momento?
É tentar juntar todo material da história de vida de Chiquinha Rodrigues. Uma mulher como ela que cria a Bandeira Paulista de Alfabetização e é um exemplo não só nacional, mas reconhecida na América Latina sendo até representante do Brasil na Europa gera em nós uma expectativa muito grande e falta-nos tempo para organizar todo esse material.
E quem paga esta conta de pesquisa, empenho, conhecimento, generosidade?
Os amigos que contribuem com preciosas informações e o nosso trabalho paralelo. Na verdade é um trabalho movido pela paixão.
Seu coração pulsa em ritmo tatuiano. Como você sente esta cidade que te leva?
Vejo Tatuí com olhar de preocupação. Tanta gente faz por esta cidade ainda hoje, e, como temos visto, pessoas que já fizeram caíram no esquecimento. O meu medo é do hoje ser esquecido e que Tatuí tenha sempre que criar uma nova cara a cada passo sem criar raízes. O respeito tem que ser mantido para se tornar exemplo no futuro. A falta de ação gera descaso. Tatuí tem tantas personalidades que é pequena pra tanta gente.
E o gato?
Ele se Chama Sganarello. Vivo com ele há 10 anos, seu nome vem da comédia “Dell'Arte”. Amigo demais. Lindo demais, meu confidente. Sempre esteve comigo sem exigir nada em troca e sempre miou muito, se manifestando no tempo certo. Ele é agressivo, carinhoso, lindo e xereta como o dono.
E pra onde caminha a humanidade?
Espero de coração que caminhe em direção ao paraíso.
Stand up
Nos bastidores – uma vida eletrizante
No camarim – o encontro
No palco – o todo
Luzes – ação
Quero fazer – Shakespeare
Um lugar – Tatuí
Saudade – dos meus avós
O beijo – segredo
Uma Mensagem:
Vivendo você está criando uma história. Mostre-a para o mundo e sirva de exemplo.
-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-
Oi Rogério
Acompanho com interesse o seu trabalho desde o espetáculo “Chama de Vida”, sob a direção de Antonio Mendes.
Você com seus dezesseis anos, eu lançando o primeiro texto de teatro. Ficou na memória.
Idealista, apaixonado, um homem de múltiplas artes. Sou sua fã.
Cristina Siqueira
publicada originalmente na coluna Prisma pelo Jornal O Progresso de Tatuí http://www.oprogressodetatui.com.br/28082011/cadernos/colunas/prisma.htm
Boa tarde Rogério!
ResponderExcluirVi neste blog uma postagem sobre o José Tomaz Borges com uma foto que eu tenho na minha casa. Ele é irmão de meu pai, José Maria Borges, que não está na foto porque não tinha nascido ainda. Portanto, faço parte desta história por parentesco e foi muito gratificante saber da importância deste meu tio na cidade de Tatuí. Meu pai comentou algumas vezes sobre as atividades dele nesta cidade, mas não convivemos muito porque ele morreu quando eu era criança ainda. Sou de Candeias, MG e moro em Belo Horizonte há muitos anos, mas minha família toda ainda está na cidade. Não restou nenhum irmão do Tio Zé (era como o chamávamos) vivo. Muito obrigado e abraços.
Nicodemos José Borges