domingo, 14 de agosto de 2011

Porque pra ser Pai é preciso ter história

O Patriarca
 Hoje é o dia dos Pais e para o dia de hoje voltarei no tempo, precisamente no ano de 1938, ano em que a Voz do Brasil foi criado, nesse ano, exatamente, no dia 22 de dezembro. Nesse dia, ás 7 horas, é que Tatuí ouve a voz do nascer do filho do meio do empregado rural Clementino Leite de Almeida conhecido como Tico Leite e Clementina Pires de Almeida, a Dona Menta. Nascera na pacata cidadezinha do interior Oscar Leite de Almeida neto do lado paterno de Antônio Alexandre Leite e Ana Maria da Conceição e do lado materno de Olegário Pires de Camargo e Balbina Teles.

Oscar, que mais tarde se transformará num pai de oito filhos, foi criado no Bairro Caguassú, mas aos 08 anos de idade, depois que seu Tico Leite e Dona Menta a muito custo conseguiram encher um colchão com os cruzeiros, que naquele período depois que o Brasil começou a se recuperar e que Getúlio Vargas criava medidas de estímulo a indústria brasileira conseguem comprar das mãos de Vicente Berangel a casa que foi de propriedade da família por 54 anos.

A modesta casa de 5 de frente por 30 da frente aos fundos situada na Rua Capitão Lisboa, nº 684 cor amarela e 01 janela de frente de madeira, que dava em cima da calçada, ali naquela rua ainda de terra e sem pedregulho brincava de bolinha de vidro e fazendo as burcas, naquela rua, onde hoje o asfalto encobriu o passado.

Tatuí, em período de chuva era um grande atoleiro, o Morro Grande era somente para trafego de cavaleiro e se não chovesse dava pra caminhar a Pé. Quem ia para São Paulo utilizava a estrada que leva ao Bairro Americana de Tatuí e seguir pela Rodovia Raposo Tavares, a Rodovia Castelo Branco nem na imaginação existia.

Foi nesta Tatuí, da lavoura de melancias e abacaxis que nasceu e vive até os dias de agora, o homem que ao ouvir Cascatinha e Inhana se emociana, lembrando dos parques e circos que eram instalados onde atualmente está situada a Praça do Junqueira.

Aos 12 anos de idade o seu Tico Leite já mostrava aos seus filhos o valor do trabalho e para isso deu a Oscar e ao filho mais velho José Celso Leite, hoje presidente do Sindicato Rural dos Trabalhadores, que o trabalho edifica o homem e para essa edificação sólida ele, o homem que fez da terra brotar os frutos de sustento da família assim fez com o menino Oscar, de um alqueire de terra que cultivava o fruto do abacaxi, mais para que o fruto pudesse ser servido o abacaxizeiro, que é planta semiperene, de quase metro de altura. Primeiro produz um único fruto, situado no ápice; depois, com a ramificação lateral do talo, aparecem outros frutos, de modo que a fase produtiva pode prolongar-se por vários anos. E foi por esse fruto doce, as vezes azedo, ou até mesmo, ácido que o sustento da Família de Clementino era extraído e para educar os filhos, naquele momento ainda 02, Zé Celso e Oscar, mais que a vida não lhe deixara vingar as 03 mulheres que morreram, trazendo sofrimento e dor a dona Menta,  mulher que no futuro iria ajudar os filhos a educarem suas descendências.

O Senhor Tico Leite, sorocabano, mas tatuiano de coração, que de forma rude e de mão firmes educou seus meninos, porque as meninas, não teve ele a felicidade de cultivar, pois a vida lhe tirara o ar das meninas que geradas por dona Menta, não conheceriam o futuro, esse homem, mesmo severo na educação dos filhos e posteriormente dos netos pode plantar o ensino de que na vida nada deve chegar gratuitamente e que cada objeto desejado deve ser adquirido com o suor de nossos esforços, e assim, fora a educação dada aos seus filhos que naquele período sendo apenas dois filhos: Zé Leite e Oscar. A prova mais exata dessa atitude é que ele, com um alqueire de terra, ou seja, 2,42 hectares de terra vermelha ensinara a família como extrair de sua terra o fruto de seu trabalho, e assim o fez, dividiu o alqueire de terra  em quatro partes. Dividira a alqueire de terra da seguinte forma. Dois quartos do alqueire para sustento de sua família, e os outros dois quartos da terra dividido para os filhos Oscar e Zé Leite, onde cada um tinha direito a um quarto da terra.

A fruta tropical tinha grande força na pacata Tatuí devido a temperatura adequada. Nesse alqueire de terra o abacaxizal rendia uma produção de 21.000 pés de abacaxis por lavoura, abacaxi esse que no Hino a Tatuí é referencia da Cidade ternura, pois nesse abacaxizal de seu Tico Leite quando colhido era posto num velho caminhão e levado ao porto de Santos e de lá ganhava o mundo. Assim que as colheitas de Tatuí são lembradas diante das cores da bandeira do Brasil.

Porém o destino reservava uma surpresa para esse agricultor de abacaxis que mora na rua que leva o nome do primeiro professor de sua cidade. A surpresa lhe reservou a música de Cascatinha e Inhana: “Índia” e “Cafezal em Flor” entre outras da dupla formada por um Araraquarense e uma Ararense, que se ouvia durante os passeios pelos parques que naquela época eram mais constantes na cidade que hoje em dia. Foi por meio da trilha sonora da dupla sertaneja que ele se enamorou pela mulher de família tradicional da cidade, cuja mulher tinha 08 irmãos e 01 irmã.

Camento de Oscar Leite e Áurea Thomaz

Foi na Praça da Matriz, com seus postes de ferro e luninárias de 03 globos de luz espalhados, foi ali, nesta mesma praça, onde havia o Teatro São Martinho, teatro que, numa tarde fora assistir um filme e se assustara com a imagem do leão, leão que vindo em sua direção, deu-lhe medo e desespero fazendo-o, num único pé, deixar a sala de exibição sem ver a primeira cena do filme, por medo do leão, leão que abria o filme e que de repente pudesse sair do écran e saltar em cima dele que hoje, porque assim descreve o homem agricultor de abacaxis e foi nessa praça, na Matriz que viu pela primeira vez a doce senhorita da família Thomaz, a mais nova dos onze filhos. Que mais tarde num parque de diversão instalado no bairro Junqueira será pedida em casamento para formar a família que ainda agora é unida na fé e no amor.

Naquela praça que era divida da seguinte forma: a parte central a da elite, a do meio da classe média e a terceira mais perto do meio fio, beirando a calçada o pessoal da bagunça é que se inicia a segunda parte da trajetória de vida deste Oscar Leite de Almeida, um homem sério de coração poético que lá no tempo de namoro escreve um cartão a mulher que desejara para ser sua futura esposa “ Eu amo a letra A, por ela suspiro e choro, com essa letra se escreve o nome que mais adoro” e ainda conclui “Lá vai a garça voando, no bico leva uma flor, no correr do Ano Novo serei sempre o teu amor” esse cartão de agradecimento e retribuição escrito ao final de 1956 contemplando o ano de 57, é que expressa o desejo que em 08 de fevereiro de 1958 se torna na união de duas almas em uma família cuja a tendência é o crescimento e a evolução do bem maior solicitado por Deus escrita nos livros do livros.

Foi no ano em que Angelo Giuseppe Roncalli é eleito Papa João XXIII que se firma o casamento de Oscar Leite de Almeida e Áurea Thomaz, ela se tornando Áurea Conceição de Almeida. Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Casou-se com a mulher que sonhara para ser a mãe de seus filhos, a mulher do parque de diversão e que lhe dará filhos que somaram oito, até hoje habitantes de Tatuí. Esse homem que se tornara hoje no pai que todo filho estimaria em ter, tenho o prazer de descreve-lo aqui como um homem honesto, a frente de seu tempo e somente o tempo dirá porque assim o descrevo, porque ele é parte de um bem maior criado por Deus.

Esse Oscar Leite de Almeida que depois de contraído núpcias morou na Enxovia de Cima, pero da fazenda do Paiol, que nascera José Francisco Leite de Almeida, Paulo Galvão Leite de Almeida e Lúcia Aparecida Leite de Almeida, nasceram entre cultivos de milho, feijão e arroz.

Mas a vida é cheia de graça e no meio dessas graças que, muitas vezes demoramos entender, mas que Deus prepara para uma vitória futura, mudou para a Enxovia do Meio e depois para o Bairro de Pederneiras local esse onde o agricultor de abacaxis se dedicara ao cultico de milho, mas milho para semente e que vendia para a Cooperado Híbrido campus Campinas a semente de número 6999, nesse enriquecimento é que gera a quarta filha Maria Bernadete Leite de Almeida.

Porém a vida lhe oferecera nova mudança, agora para a Enxovia de Baixo, porque na minha Tatuí o bairro de Enxovia é, ainda agora divido em três locais, dentro da mesma região e esse, o bairro de que descrevo agora é mais perto da Rodovia por isso chamasse Enxovia de Baixo, e foi nesse bairro que o casal Leite de Almeida gera o quinto filho Waldir Aparecido Leite de Almeida.

E como a vida é cheia de idas e vindas de repente o destino lhe enviara de novo ao bairro Pederneiras onde nascera a Maria de Lourdes Leite de Almeida, a sexta filha do casal. Mas pouco menos de um ano, em muito pouco tempo, é gerada Maria Heloisa Leite de Almeida, essa já no Bairro Moinho Velho onde a lavoura deixa de ser de abacaxis e grãos e volta-se ao cultivo de Algodão.

O Algodão é uma fibra branca ou esbranquiçada obtida dos frutos de algumas espécies do gênero Gossypium, família Malvaceae. Essa lavoura que rendia com fartura na terra de cor vermelha, para alguns, de cor roxa, terra farta ainda agora existente no bairro Moinho Velho de Tatuí, mas que, mesmo naquela época, seria imprópria para as terras do bairro dos Palanques em Itapetininga cuja terra tinha cor branca. Sem saber disso, pela primeira vez na história de sua vida, Oscar Leite de Almeida, sua esposa Áurea e seus sete filhos vendem toda a propriedade do Bairro Moinho Velho e com a ambição de aumentar seus alqueires de terra troca a terra vermelha pela terra branca, começa aí uma nova fase da vida dessa família que agora com oito filhos, porque está prestes a nascer o caçula da família Rogério Donisete Leite de Almeida, esse que nascera na Rua Capitão Lisboa, porque diante da dificuldade financeira que a família passava diante do passo mal dado, da troca sem sucesso da terra vermelha para a terra branca que faliu o plantio de algodão e a família de Oscar, todos, sem exceção de um foram morar na casa de Seu Tico Leite e Dona Menta, na pequena casa amarela de uma janela de madeira em frente a calçada que passava pela rua Capitão Lisboa.

Foi na rua que leva o nome do primeiro professor do Município que inicia a nova fase do homem Oscar, corretor de imóveis, marido de Áurea e pai de 8 filhos que um dia de 1966, depois da venda do Banco Sul América para o banco Itaú presenteou a inauguração do banco de Olívio Egydio Souza Aranha Setúbal com um churrasco, churrasco esse realizado na fazenda Moreninha, atualmente Fazenda Kroma (estrada que liga Tatuí a Capela do Alto) e que teve como Churrasqueiro Pérsio Itatiba.

Assim é parte da história do Homem que se tornou pai de 08 filhos e de estar casado por mais de 53 anos com a mulher do Parque de Diversão, e é, para esse pai de agora é que canto a Felicidade de Cascatinha e Inhana:






A felicidade, meu amigo, é Deus quem dá
Por isso é em vão a gente procurar.
Eu vivo procurando a tal felicidade
Já perdi a mocidade
E não consigo encontrar.
Se bato numa porta: "Ela morou aqui"
"Mas ontem de manhã, saiu pra viajar"
E neste vai e vem, estou perdendo o tempo
E a tal felicidade
Não consigo encontrar.



Oscar e Áurea com os 8 filhos
Ao meu pai Oscar Leite de Almeida que sirva de exemplo aos pais de hoje e de amanhã, porque ser pai e mais que gerar um filho e fazer com que esse filho tenha orgulho de ter um pai.







Oscar e Áurea com os netos

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