terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cordel Encantado e os 60 anos da teledramaturgia

No período de 11 de abril até a última sexta-feira, 23 de setembro, os apaixonados por teledramaturgia puderam acompanhar a história de Cordel Encantado, novela de Duca Rachid e Thelma Guedes com núcleo de Ricardo Waddington e direção geral de Amora Mauter e direção de Gustavo Fernandez, Natália Grimberg e Ricardo Waddington.

Cordel Encantado!!! Antes de Cordel, posso me lembrar de novelas que me encantaram “Sassaricando”, “Vale Tudo”, “Que Rei Sou Eu”, “Rainha da Sucata”, “Vamp”, “A Próxima Vítima”, “Laços de Família”, “O Clone”, “Chocolate com Pimenta”, “Alma Gêmea”, “Cama de Gato”, “Ti Ti Ti”, “Passione”, enfim o caso é que Cordel foi, com certeza, uma aposta que deve ter deixado muita gente da globo preocupado. Linguagem, apesar de tão próxima, diferente dos padrões. A trama que tinha o Brogodó e o reino de Seráfia estreava em abril, como uma aposta de manter o ibope do horário que vinha desde “Cama de Gato” das mesmas autoras, mantendo um ibope num horário injusto ao povo brasileiro.

Mas, ao estrear não é que o conto de fadas misturado com a literatura de cordel deu certo, e como deu certo. As autoras manavam criatividade para encantar o cordel e o público em menos de uma semana já estava apaixonado pela trama.

O ano de 2011 é ano de festa para a Teledramaturgia que completa 60 anos em 21 de dezembro. Foi em 1961 que estreava na Rede Tupi a novela “Sua Vida em Pertence”. Inicialmente a novela focava o entretenimento, depois passou a questionar o social e em meio a época da ditadura até a reprisada “Roque Santeiro” teve que sair de cena dando lugar para “A Sucessora”, e, como bem sabemos, a novela lançou moda, formas de expressão e se fez presente no cotidiano povo brasileiro. Em meio as festividades ao sexagenário, nem tão difundido, para o gênero, as novelas de 2011 mereceram aplausos calorosos. A globo, em um ano, pode relembrar de “O Clone”, sucesso de Glória Perez em seu Vale a Pena Ver de Novo que agora apresenta outro clássico “Mulheres de Areia” de Ivani Ribeiro, autora de grande sucesso como a saudosa Janete Clair que está sendo homenageada pela Rede Globo com o Remake de “O Astro”. Felizmente, esse 2011 é um ano de grandes acertos na teledramaturgia, prova foi o sucesso de do remake “Ti Ti Ti” de Cassiano Gabus Mendes realizado por Maria Adelaide Amaral que finalizou em março desse ano.

A indústria de Teledramaturgia brasileira é uma das melhores do mundo, a prova foi o sucesso de ibope da última semana de Cordel Encantado. As autoras desde o primeiro capítulo amarraram a trama e a cada capítulo desenrolavam uma seqüência de cenas que envolvia cada vez mais o telespectador. Quando assistíamos a um capítulo parecia que a novela estava perto do fim, isso devido à agilidade e a criatividade de Rachid e Guedes que sempre tinham algo mais pra deixar-nos com os olhos fixos na telinha. Perder um capítulo era ter que a noite ver o capítulo perdido na globo.com! Um desfile de exuberância com um figurino riquíssimo em detalhes e bom gosto. Que mulher não desejou desfilar, mesmo no país tropical, com um vestido da corte de Seráfia, e a homenagem feita ao Lampião com figurinos, não tão elegantes, mas que tinha uma riqueza de detalhes incrível.

A trilha sonora da novela, rica em preciosidades de música brasileira teve um bom gosto e requinte vantajoso que abrilhantou a abertura cantada por Gilberto Gil e Roberta Sá “Minha Princesa Cordel” provando que, a pesquisa pelo acerto da novela, era cuidadosamente realizada desde a abertura até o enlace final da trama de Açucena e Jesuíno.

Diferente do que normalmente acontece em final de novela, que tudo fica para se resolver no último capítulo a criatividade das autoras permitiram que, futuramente pudessem escrever um Cordel 2, quando um novo coronel chega para tirar a paz dos colonos da fazenda do vilão, as vezes quase num terror a lá sexta-feira 13, de Timóteo Cabral. A novela finaliza os vilões Timóteo e Úrsula, ela que num final emocionante e sensato deixa-se morrer pelo único amor que teve na vida, no capítulo penúltimo capítulo da trama.

Enfim, acertadamente a Globo está dignamente prestando sua homenagem ao bem que projeta a emissora como uma das maiores indústria de Teledramaturgia do mundo.

Parabéns aos técnicos que apesar de não terem a mesma visibilidade de um ator ou atriz são fundamentais para a realização de um produto tão magnífico como “Cordel Encantado”

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