quarta-feira, 23 de maio de 2012

Para Cristina Siquiera, grande amiga e incentivadora


Cristina Siqueira - foto pessoal da escritora
Cristina Siqueira, escritora tatuiana e que tenho orgulho em poder dizer que é minha amiga. Amiga que sempre está presente em minha vida, desde os tempos de “Chama de Vida”, ou mesmo um pouco antes, quando me recordo do seu “Livro de Rua”, uma mulher que a frente do seu tempo desenhou a história literária de nossa Cidade Ternura.

Fiquei imensamente lisonjeado em abrir a edição de 06 de maio do Jornal “O Progresso de Tatuí” e ler o Prisma de sua autoria e pela presença espiritual que nos concedeu neste dia 04 de maio, onde festivamente, Tatuí pode se deliciar com um dia de muita festa para a literatura.

Muitas pessoas estiveram presentes no Museu Paulo Setúbal e dentre elas a grande parte eram alunos das Unidades Escolares de nossa Tatuí que puderam se encantar com atividades que instigam o prazer da leitura e mesmo da criação de outros universos por meio da palavra.

Lendo "Sabático" segunda carta "Sarau do Dia Municipal da Literatura Tatuiana", também senti saudades dos saraus que Paulo Ribeiro, Odimar Martins, Cristina Siqueira, Freddy Nabhan, Almira Porciúncula, Carlota Franco, Carmelina Monteiro, Pedro Couto, Donny Barros, Maria Inês Camargo, Celina Fiusa e tantos outros participavam em Tatuí, seja numa festa dedicada à literatura, ou mesmo num encontro casual, ou até no meio da rua. No 04 de maio tentamos reacender a chama que nos ilumina como Cidade Ternura aquecendo os corações dos “saraulistas”.

Cristina, uma vez te disse que “Tatuí é um celeiro de grandes Personalidades”, e, cada vez que um fio de cabelo branco é gerado em minha história de vida, tenho a plena certeza de que isso é fato. Fato tão real que naquele dia 04 de maio, após a platéia se emocionar com a história de “Chiquinha Rodrigues. Re-Verso. A Emérita Professora” onde numa brilhante interpretação Beatriz Xavier, que interpretou Chiquinha nas terras de Tatuí e de Fernanda Xavier que fez a “bandeirante” Dona Chiquinha Rodrigues, o público ficou encanto ao ser recebido pelos “Seresteiros com Ternura” enquanto comentavam a atuação da mulher tatuiana Chiquinha Rodrigues, que infelizmente, foi esquecida pelos tatuienses por um único motivo: a falta de valorização dos ilustres filhos da terra.

Que festa linda foi nosso dia 04! Após serem recepcionados no sarau pelos Seresteiros com Ternura a platéia pode prestigiar o acervo do museu Historiográfico e a Exposição Literária “O Acadêmico e a Emérita”, além é claro, de debaterem entre si o pouco conhecimento que tiveram, naquela noite, da brilhante trajetória da criadora da Bandeira paulista de Alfabetização, da Sociedade Luis Pereira Barreto, da mulher que lutou pela Nacionalização do Ensino no Brasil.  E depois puderam ainda se encantar com a história de Paulo Setúbal.

Hoje, em nossa Tatuí a leitura pelas obras de Paulo Setúbal é obrigatória a todo estudante, mas é obrigatório devido ao concurso de Redação e Artes Visuais que temos anualmente. Pelo que percebo Cristina, e respondendo a sua pergunta é que essa leitura é obrigatória, e talvez por ser obrigatória seja ao aluno desinteressante. E para piorar não existe uma forma criada para aproximar o leitor de nossos escritores, muito pelo contrário, por diversos lugares fora de Tatuí que estive e citei Paulo Setúbal, há um encantamento pelo escritor, claro que pelas pessoas mais idosas, os jovens não o conhecem. Esquecemos, ao longo dos anos, de lembrá-los que foi um grande escritor, muito editado e lido nos anos 20 e 30 do século XX, que foi Paulo Setúbal um grande historiador, historiador que ajudou o Brasil conhecer um pouco mais de sua história.

E foram esquecidos por quê?

Porque os futuros filhos da terra, não os receberam com amor. Amor que tiveram Hercília Vieira de Camargo, Odilon Romano, Walter Silveira da Motta e Conceição Vidal, quando em 1935 como alunos e ex-alunos da Escola Profissional “Dr. Salles Gomes” promoveram e organizaram ao escritor, pela justa acolhida na Academia Brasileira de Letras, uma semana de festividade e amor que Nilzo Vanni teve em 1937 após ter conhecimento do falecimento do escritor dedicou-lhe um momento de silencio na Escola "Salles Gomes". Amor que fez Manuel Augusto Vieira Neto, em 1960, citar a Chiquinha do Adauto ao iniciar seu pronunciamento de aproximadamente uma hora sobre a vida e obra de Paulo Setúbal.

O público que posso lhe dizer sobe o público: aluno, educador, pesquisador, curioso sente ao prestigiar “Paulo Setúbal. Re-Verso” e “Chiquinha Rodrigues. Re-Verso. A Emérita Professora” é que todos saem da sala de espetáculo encantados, e, posso dizer até, apaixonados pela história do acadêmico e da professora da Cidade Ternura. Resumindo: O que sinto é que falta AMOR nos atos de valorização da história de nossos ilustres tatuianos.

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