Chiquinha Rodrigues - foto arquivo Mônica Sílvia Rodrigues Morato |
Desde o dia 04 de maio, deste ano, dia em que Rogério Vianna e Donny Barros, após lançarem a idéia do “Dia Municipal da Literatura Tatuiana” e que o vereador José Manoel Corrêa Coelho, o Manu (PDT), empregando a pesquisa dos produtores culturais elaborando o projeto de lei na Câmara Municipal autorizando o Poder Executivo a instituir o 4 de maio como o dia a ser comemorado anualmente pelas Secretarias de Educação e Cultura é que deu-se início a uma pesquisa mais aprofundada sobre os ilustres filhos tatuianos, Chiquinha Rodrigues (nascida em 04 de maio 1896) e Paulo Setúbal (falecido em 04 de maio de 1937) para que definitivamente Tatuí possa ter um dia dedicado a Literatura.
A pesquisa que está sendo desenvolvida sobre a filha do Professor Adauto Pereira e de dona Maria de Barros Pereira e do filho de Antônio de Oliveira Leite Setúbal e dona Maria Tereza Nobre Setúbal, é importante acentuar o interesse e a participação do casal Ruy e Alicelena Bueno Ferraz Costa, que ao ler a matéria publicada em 08 de maio de 2011 pelo jornal “O Progresso de Tatuí” onde o jornalista Kaio Monteiro apresenta para a população tatuiana a pesquisa realizada por Donny e Vianna, que, até aquele momento, com poucos argumentos.
Porém, o casal Ferraz Costa possibilitou aos pesquisadores um encontro com a neta de Chiquinha Rodrigues, Mônica Sílvia Rodrigues Morato e seu esposo Vicente Morato, permitindo, a partir desse encontro um aprofundamento sobre a vida da ilustre filha tatuiana Chiquinha Rodrigues.
E na data de hoje, 09 de julho, feriado cívico mais importante do estado de São Paulo, podemos apresentar mais um pouco da história de vida da Professora, Mãe e Mulher Chiquinha Rodrigues, graças ao material histórico que conseguimos angariar por meio da neta Mônica, esse material que servirá de base para a fundamentação do “dia 04 de maio – Dia Municipal da Literatura Tatuiana”.
Chiquinha foi agraciada com diversas medalhas no decorrer de sua vida e, entre elas está a da ampanha Constitucionalista de 1932. A medalha foi conferida pela Assembléia Legislativa de São Paulo nos termos da Resolução 330 de 25 de junho de 1962.
Chiquinha foi agraciada com diversas medalhas no decorrer de sua vida e, entre elas está a da ampanha Constitucionalista de 1932. A medalha foi conferida pela Assembléia Legislativa de São Paulo nos termos da Resolução 330 de 25 de junho de 1962.
O trecho a seguir faz parte da Dissertação realizada por Eliana de Jesus Reis – “O Parlamento Paulista e a questão educacional: uma análise dos discursos de Chiquinha Rodrigues (1935-1937)”.
“Início da militância: uma mulher de ação”
Depois de alguns anos de casada passo a escrever em jornais e revistas e também a atuar como professora. Retomou o magistério quando seu primogênito, então com quatro anos de idade, freqüentava o jardim de infância da Praça da República, cuja diretora Irene Bastos, convidou-a para dar aulas naquele local. Mas sua militância só teria inicia anos mais tarde, em 1932, quando em São Paulo explode a Revolução Constitucionalista. Como outras mulheres do estado engaja-se fervorosamente na campanha pela reconstitucionalização do país e na defesa de São Paulo. Faz propaganda pelo rádio e jornais, conclamando os paulistas para as tropas e para os serviços auxiliares, além de enviar seus filhos menores (de 16, 14 e 11 anos) para o campo de batalha. Seu envolvimento na jornada de 32 lhe rende um convite para ingressar no Partido Constitucionalista, recém criado. É lançada Deputada Estadual e nas eleições de dezembro de 1934 obtém um número expressivo de votos, embora não suficientes para assumir o mandato. A suplência, entretanto, teria vida breve; em 22 de julho de 1935, assume a cadeira de deputada na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, na vaga deixada pelo deputado Pacheco e Silva. E logo no discurso de posse anuncia com orgulho a origem e razão de seu mandato:
“Sr presidente, srs. Deputados. Confesso que, na minha vida de mulher, de educadora e de mãe, alguma coisa de grande representa essa hora em que, na Assembléia Legislativa S. Paulo, me é permitido collaborar pela grandeza do meu Estado, desenvolvendo aqui o mesmo programa que venho desenvolvendo lá fora, na Bandeira Paulista de Alphabetização. Outro interesse não tenho sinão esse de pugnar pela educação de minha gente, assumpto que tão de perto fala ao meu coração de paulista e de brasileira” (Annaes da Assembléia, 22/07/1935, p.59).
Dois anos antes, em 1933, Chiquinha criara a Bandeira Paulista de Alfabetização (Organização cirada e presidida por Chiquinha Rodrigues durante 30 anos (até 1963), cujo objetivo era a campanha ruralista: criação de escolas rurais, hortas escolares, distribuição de sementes, livros e material didático, bem como ensino de novas técnicas agrícolas.) – como parte de seu esforço em reduzir o Analfabetismo no país, sobretudo na zona rural - , organização à qual se dedicou por quase toda a vida. Ainda em 1935, juntamente com outras pessoas ilustres, funda a sociedade Luiz Pereira Barreto, entidade ruralista que visava:
“ (...) patrioticamente a defesa do homem nacional, da atuação constante do ensino, da higiene, da economia de sorte que ele venha a ser um elemento de produção ciente no município, no estado, no país” (Revista do Professor, ano I, nº 6, setº/1934).
Consciente que seu desejo de erradicação do analfabetismo e de ampliação do número de escolas dependia de políticas públicas, Chiquinha Rodrigues resolutamente ingressou no mundo da política. Sem recorrer a argumentações típicas do discurso feminista do período, esteve presente, coordenando, promovendo, ou participando de diversas ações que tinham a educação como foco. É o caso da Conferência dos Prefeitos do Estado de São Paulo, ocorrido em fins de janeiro de 1935, onde Chiquinha, além de compor a comissão que organizou a conferência, também integrou a comissão de Educação.
(as palavras acima digitadas seguem o original)
Olá, Rogério, boa noite!
ResponderExcluirSou repórter da Revista Moema e Campo, da Editora Gabel, e elaborei uma nota sobre a Chiquinha Rodrigues para a seção Curiosidades da próxima edição. Isso porque uma das escola da região leva o nome da militante. Assim, para ilustrarmos a nota, seria possível você me passar o contato da Mônica Sílvia Rodrigues Morato, pois gostaria de ver com a ela a possibilidade dela nos enviar uma foto da Chiquinha.
Desde já agradeço sua atenção e fico no aguardo de um retorno,
Abraços
Eliane Barros
gabel.jornalismo@gmail.com