“Só ri das cicatrizes quem ferida nunca sofreu no corpo” com essa frase Romeu expressa o amor que sente por Julieta numa das cenas mais conhecidas mundialmente. Quando um grupo de Teatro resolve estudar um clássico de Shakespeare é fabuloso, mas quando esse mesmo grupo pretende encenar um clássico de Willian é pura ousadia, agora, além de estudar e encenar um clássico da dramaturgia mundial que é uma grande dificuldade, mais ousado ainda é o diretor e tradutor Alexandre Ferreira que realiza com os alunos do Colégio Santo Antônio de Lisboa (Colégios Vicentinos) de São Paulo uma encenação moderna da obra “Romeu e Julieta”. Claro que sabemos que a maturidade para se fazer uma obra do grande mestre do teatro é indispensável, mas quando vemos adolescentes acreditando na concepção maravilhosa e apaixonante do diretor, tradutor, cenógrafo, coreografia e professor da turma que conta com mais de 30 alunos, me faz sair encantado da sala de espetáculo. Com grande maestria a paixão, o amor fulminante da obra de Shakespeare é respeitado pelo elenco que mesmo na “imaturidade” consegue emocionar a platéia e desempenhar o ‘misé-em-scene’ elaborado por meio de módulos móveis e uma criatividade arrebatadora. Fico lisonjeado de prazer em perceber que um grupo de adolescentes em nosso país se interessa e compra a idéia de uma montagem teatral com o porte que vi essa noite, e mais feliz fico ao perceber que mesmo não sendo um grupo de escola profissionalizante de Teatro, os atores mantêm o respeito e a ética com o trabalho do companheiro em cena, alguns excessos existem mais é perdoável. As lágrimas de agradecimento ao final do espetáculo do ator Eric Campi (Romeu) me leva ao tempo em que o Festival era isso, alunos de uma Unidade Escolar lutando para exercer o ofício a que um professor lhe dedica e não um a exposição do ego. Felicito de coração a dedicação de todos os alunos/atores, diretor, iluminador, sonoplasta, e a Unidade Escolar que oferece aos alunos um curso de teatro. Percebo então a importância do Festival Estudantil de Teatro do Estado de São Paulo realizado em Tatuí pelo Conservatório de Tatuí que busca valorizar a Arte Dramática e incentiva os estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Escolas Públicas e Particulares de nosso estado.
Acentuo ainda, a falta que faz uma premiação para os melhores do Festival nesse espetáculo (de Colégio e não Escola Técnica Profissionalizante de Teatro) dedico meus parabéns ao Conjunto da Obra, ao Eric Campi (Romeu) e Carolina Viersa (Julieta) como revelações, ao diretor e cenógrafo Alexandre Ferreira e a Camila Fernandes pela Sonoplastia.
Mas se o amarelo fosse a grande valia ou o azul, a verde talvez não tivesse importância alguma, mas essa noite prevalece o branco, o amor e “Romeu e Julieta” do Colégio Santo Antônio de Lisboa de São Paulo.
Agradeço, de coração, as palavras de incentivo! Abraços no coração.
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