No resgate do Tapete de Corpus Christie o Núcleo experimental Cênico "Falsa Modéstia" representado por Rogério Vianna, Donny Barros, Lourdes Leite, Lúcia Leite, Heloisa e Marivaldo de Oliveira fizem uma quadra do tapete que está na foto usada pelo Jornal O Progresso de Tatuí e abaixo segue um pouco dessa Tradição Cultural resgatada por Jorge Rizek.
Ao longo de cinco anos, o tapete vermelho consolidou-se como uma das atrações definitivas do feriado de Corpus Christi. Resgatado em 2006 por Jorge Rizek, secretário de Cultura, Turismo, Esporte, Lazer e Juventude, o utensílio “montado” ao longo do trajeto da procissão do Santíssimo Sacramento perdeu o vermelho do nome – atualmente é chamado de tapete de rua -, mas ganhou reconhecimento da população.
“Penso que é um retorno ao passado”, classificou o motorista Antônio Martins, 57. Para ele, o tapete é tão importante quanto as celebrações da data. “No meu entendimento, ele complementa as missas e a procissão”, afirmou.
Desenhado no asfalto, com ajuda de pó de café, serragem e folhas, o utensílio cobre o trajeto do Corpo de Cristo, que, neste ano, foi transportado simbolicamente pelo bispo diocesano de Itapetininga, dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto, da Concha Acústica “Maestro Spártacco Rossi” até o Lar São Vicente de Paulo.
“Essa era uma tradição tatuiana que estava esquecida”, apontou Rizek. O secretário afirmou que o resgate teve início a partir de um convite feito pela Igreja Católica e pela direção do asilo. “Na época, o Departamento (atualmente secretaria) de Turismo assumiu esse trabalho”.
Com a ajuda de voluntários, funcionários da Prefeitura, das escolas municipais e de grupos de jovens das igrejas, além de artistas plásticos, Rizek começou a mobilizar a população para que colaborasse, fazendo doações para a confecção.
De 2006 a 2008, o utensílio foi desenhado da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição – atualmente paróquia-santuário. No ano passado, a chuva interrompeu a confecção. Por conta disso, o desenho feito pela Amart (Associação dos Artistas Plásticos de Tatuí e Região) para 2009 foi aproveitado neste ano. Além disso, o tapete ocupou 13 quadras. Sua confecção teve início às 22h de quarta-feira, 2, e encerrou-se às 3h de quinta, 3.
O trabalho foi realizado por um “batalhão” de voluntários. “Tenho só que agradecê-los e à população, que doou os materiais”, disse o secretário. O grupo recebeu ajuda dos funcionários da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, que pintaram os desenhos no asfalto, e da Diretoria de Trânsito (antiga Cemtran – Comissão Executiva Municipal de Trânsito), cujos agentes interditaram as ruas Capitão Lisboa, Juvenal de Campos, avenida Coronel Aureliano de Camargo e rua Santa Terezinha, trajeto da procissão.
Para Rizek, o resgate do tapete só foi possível porque houve envolvimento da população com a tradição. O comprometimento é tão grande que, conforme ele, algumas pessoas já estão, por conta própria, retomando um outro antigo costume ligado à procissão: o de estender toalhas e colocar vasos de flores nas janelas das casas situadas no trajeto dos fiéis. “Tudo isso somado faz com que a cidade se junte em torno de um objetivo importante, fique de mãos dadas para um benefício comum, além de ser um gesto de uma beleza sem igual”.
Ano do resgate
O ano de 2010 parece, ao que tudo indica, ser o ano do resgate às tradições. Que o diga Rizek, que conseguiu, com ajuda de diversos colaboradores, incluir Tatuí no roteiro oficial da Tropeada, evento realizado pelo governo do Estado de São Paulo. “A cidade tradicionalmente fez parte do caminho das tropas, mas nunca brigou para entrar nesse projeto. Estávamos fora”, comentou.
O ingresso da cidade no evento, que consiste numa viagem de Itararé a Sorocaba – refazendo o caminho dos tropeiros -, aconteceu após mobilização de grupos de cavaleiros. “A partir daí, conseguimos colocar a cidade nessa rota. Aliás, resgatar as nossas tradições é um dos objetivos da secretaria municipal, da Prefeitura e do próprio prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo”, disse Rizek. O chefe do Executivo, segundo ele, oferece apoio “incondicional” aos projetos que incentivam o respeito aos hábitos e costumes antigos.
O trabalho de resgate cultural terá continuidade, conforme adiantou Rizek, com a abertura do Museu Casa de Cultura “Paulo Setúbal”. “Queremos que a população volte a visitar o museu para contarmos a história da cidade”, afirmou. Este será, segundo ele, o próximo desafio da secretaria, que pretende implantar lá um projeto no qual serão contadas as histórias das famílias tatuianas.
(matéria feita pelo Jornal o Progresso de Tatuí)
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