A
programação da 75ª Semana Paulo Setúbal e de Aniversario de Tatuí está recheada
de grandes atrações culturais. No dia 2 de agosto, o pianista João Leopoldo
lança Oi, Tudo Bem?, novo trabalho contemplado no ProAC para gravação e
distribuição de álbum musical na cidade de Tatuí. A partir das 20 horas, o Teatro
Procópio Ferreira, receberá os espectadores para uma apresentação única com
participação especial do trombonista Bocato. Os ingressos podem ser trocados
por 1 kg de alimento não perecível em prol ao Fundo Social de Solidariedade de
Tatuí. A troca de ingressos ocorre a partir do dia 25 de julho, das 9h às 17h,
no Museu Paulo Setúbal. Informações: 15 3251-4969.
O álbum traz um time de peso como convidado, e
inspira-se em ritmos e sons de Luiz Tatit, Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes e
outros compositores que brincam com as palavras, em um universo que pode tanto
ser contemplado por uma criança como por um adulto.
O
trabalho, que traz nas letras e arranjos elementos nítidos de filosofia e
dramaturgia, foi gravado durante um mês e produzido no estúdio Casa Capello de
Edu Capello, com 12 faixas. Bocato, responsável pelo inconfundível trombone em
gravações nos discos de Itamar Assumpção, participa do trabalho do pianista.
“Fiquei muito surpreso com a qualidade musical e poética do trabalho do João.
Seu trabalho tem muita influência da Vanguarda Paulista e do jazz”, confessa o
trombonista, que também participa em alguns dos shows da turnê como convidado.
João
Leopoldo revela sua empolgação ao falar sobre o novo trabalho. “Eu estou muito
feliz por ter o Bocato no time, ainda mais porque ele gravou com o Itamar, uma
das minhas maiores influências musicais”, explica João, que correu contra o
tempo para fazer a gravação e a pós de Oi, Tudo Bem? em apenas um mês,
quase ao mesmo tempo que a divulgação da turnê. Além de Bocato, André Abujamra
gravou a voz em uma das faixas e o violinista Ricardo Herz também participou
com seu instrumento. “Compositor de mão cheia e grande intérprete, o João é um
dos grandes nomes da nova música brasileira. Ele inova, sem esquecer a
tradição”, comenta o violinista.
Sobre Oi, Tudo Bem?
“Minha música quer te conhecer”. É assim que João
apresenta seu novo álbum, Oi, Tudo Bem?. Despretensioso, leve e cheio de
detalhes que colorem a ambiência do som, o novo trabalho do pianista João
Leopoldo foi contemplado pelo ProAC, e a gravação do disco ocorreu em um mês.
As doze faixas são um divisor de águas na carreira, já que, pela primeira vez,
João produz um disco inteiramente com banda em estúdio para distribuição, ao
contrário dos formatos feitos para internet de outrora ou os shows teatrais que
realizou no passado.
Em Nada Demais, faixa que inaugura o
trabalho, João aborda a questão sobre o valor da existência do “nada”. Na
segunda faixa, Maria, parceria com Menino Josué e Edu Capello, conta a
trajetória de um personagem que não concorda com as decisões divinas, seguindo
o modelo dos “causos” cantados. Eu Não Gosto Mais de Você brinca com as
palavras valorizando o sentimento de desejo sobre a perda do interesse nas
coisas. Na faixa seguinte, Diferente Porém Igual, o músico aborda
a condição de igualdade sobre a visão das diferenças humanas. É Fácil Ser
Difícil fala sobre a dificuldade em encontrar respostas para
perguntas simples. Em seguida, as faixas Tá Faltando Assunto
(dificuldade de comunicação no relacionamento) e Horas a “Feel” (canção
sobre um olhar devorador). A primeira metade do trabalho culmina em Páginas
em Branco, de Edu Capello, sobre assumir os riscos de nossas decisões.
Depois, vêm as faixas Antes de Nascer (sobre
moldar a vida antes de ela existir) e Todos os Tempos no Agora (sobre
os anseios da alma). Na penúltima faixa, Ah!!!, João imaginou
Caetano Veloso cantando, com a ideia de que tudo pode ser expressado pela
primeira letra do alfabeto num afeto tropicalista. O álbum termina com A
Tragédia do Som, uma greve geral dos instrumentos.
Sobre João Leopoldo
Paulistano crescido em Sorocaba, foi iniciado no
piano aos 10 anos de idade, e começou os estudos no Conservatório de Tatuí, aos
14 anos. Após fazer a releitura da obra passional do tenor trágico Vicente
Celestino abordando o discurso das perdas afetivas no universo masculino (Canções
Fatais - 2012, com Cida Moreira); João abordou o universo feminino,
delicado e sensível de Dolores Duran (show Dolores in Blues - 2014).
Lançou o álbum puramente autoral NOVO, em 2015, em piano e voz,
exatamente como se apresentava. Em Oi, Tudo Bem?, divisor de águas na
carreira, pela primeira vez grava com banda e em estúdio, canções sobre
questionamentos existenciais, afetivos, brincadeiras musicais e poéticas.
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