Arte do Cartaz de Paulo Rogério Ribeiro/Conservatório de Tatuí |
Evoé!!! Evoé!!! Evoé!!!
O Agreste de Moreno tem uma
estrutura aberta, mais de provocação do que naturalista e é dividida em três
blocos.
O primeiro é o tempo mítico. “Ele
andava muito para encontrá-la.” Tudo é indeterminado, e na encenação isotópica
de Bia Molognoni, a narradora, interpretada por Tatá Nascimento, num brilhante trabalho
como atriz do Festival até o momento, narrava a história encenada por seis
atores, três casais com leveza e um primor cênico que encantava ao ver o
organismo do Agreste; ações, respirações, sentimentos particulares de cada
ator, mas único num todo. Uma máquina teatral exata que apresenta os vizinhos nordestinos
na descoberta do amor.
No segundo bloco, “naquele dia,
naquela manhã...”, é o tempo focado, e cada vez mais o espetáculo vai mostrando
a que veio e desperta a reflexão para questões que ultrapassam as expectativas
de uma estória amorosa, mas não o amor utópico, nem tão pouco, o amor
interessado ou o amor físico, mas na verdade o comportamento social como o
preconceito, estereótipo e ignorância. Na encenação o estereotipo do casal
nordestino é deixado em segundo plano, com certeza porque tal situação pode acontecer
com qualquer pessoa, casal e na movimentação cadenciada pelos andaimes a
propriedade por cada ato dos atores e pela narrativa direcionava a platéia a
esse comportamento. Pois nada havia até então de estranho a olho nu, mas se por
um momento de distração a platéia piscar os olhos, entre o segundo e o terceiro
ato, é capaz de não entender os porquês da situação que se envolveu o casal de
vizinhos nordestinos que viveram no meio da seca e isso também é significativo
pra essa montagem.
O terceiro é a condição
psicofísica dos personagens. “O sol”, “muito tempo caminhando” se depara,
amargamente, com o dizer de Sartre “O inferno são os outros”, pois, até então,
22 anos, uma vida era vivida na mais perfeita harmonia, até o momento que o
parceiro morre, e a história para o outro se torna um tormento ao se deparar
com comportamentos conservadores e patriarcais de nossa sociedade. A relação
heterossexual hipócrita ainda prevalece sobre uma relação homossexual franca e
ao mesmo tempo, a ignorância não é nem corrigida, nem perdoada. E o espetáculo
que acalorou a noite de segunda-feira, terceiro dia de Festival, soube, num
trabalho de atores primoroso, dedicado e sério, apresentar a cena tatuiana o
que é um espetáculo com acabamento.
Se a platéia ao final do espetáculo
não sente a necessidade de aplaudir, tudo bem, o silêncio também é uma forma
rica de expressar a indignação e, cabe muito bem ao “Agreste” do CEUNSP de Itu
que apresentou um espetáculo repleto de significados.
Baco!!! Baco!!! Baco!!!
Foto Divulgação Trupé de Teatro |
MOSTRA PARALELA
Praça da Matriz, às 12h
Espetáculo: Contos de Cascudo
Autor: o Grupo
Direção: Carlos Doles
Grupo: Trupé de Teatro
Cidade: Votoratim
Praça da Matriz, às 17h
Espetáculo: O Esperto Imaginário
Autor: o Grupo
Direção: Carlos Doles
Grupo: Trupé de Teatro
Cidade: Votoratim
Anexo 9 - Sala Preta - 18h30
Espetáculo: Cabaré Lástima
Autor: o Grupo
Direção: Ludmila Castanheira
Grupo: Classe de Aperfeiçoamento de Teatro do Conservatório de Tatuí / 2012
Cidade: Tatuí
Recomendação: Maiores de 12 anos
Praça da Matriz, às 12h
Espetáculo: Contos de Cascudo
Autor: o Grupo
Direção: Carlos Doles
Grupo: Trupé de Teatro
Cidade: Votoratim
Praça da Matriz, às 17h
Espetáculo: O Esperto Imaginário
Autor: o Grupo
Direção: Carlos Doles
Grupo: Trupé de Teatro
Cidade: Votoratim
Anexo 9 - Sala Preta - 18h30
Espetáculo: Cabaré Lástima
Autor: o Grupo
Direção: Ludmila Castanheira
Grupo: Classe de Aperfeiçoamento de Teatro do Conservatório de Tatuí / 2012
Cidade: Tatuí
Recomendação: Maiores de 12 anos
Quem vem aí!!! Quem vem aí!!!
Quem vem aí!!!
“Alegorias Pantagruélicas”
Foto Lucas Rosa |
Teatro Procópio Ferreira, às 20h30
Espetáculo: “Alegorias Pantagruélicas”
Direção: Ingrid Koudela
Autor: Fragmentos de François Rebelais
Recomendação: Livre
Universidade de Sorocaba - Sorocaba
Elenco
Bruno Viana / Carol Paiffer / Daiane Rodrigues / Erica Soares / Fernanda Geraldino / Graziele Almeida / Hérmerson Pivetta / Jaqueline Rodrigues / Laís Vandeveld / Larissa Andrade / Larissa Bassoi / Leandro de Jesus / Lucas Rosa / Luci Cavassana / Luiz Terra / Marcela Lahoud / Mariana Mendes / Matheus Faria / Rafael Labarca / Rafaela Campos / Rodolfo Kenai / Tanja Luehr / Tatiana Veronezzi / Thailini Rocha / Thaís Almeida / Victor Mota
Ficha Técnica
Ingrid Koudela / Encenação e Dramaturgia
Dado Barros / Assistente de Dramaturgia
Maia Koudela / Trabalho de Corpo
Lucas Rosa / Direção Musical
Marco Thomaz / Iluminador
Jaime Pinheiro / Cenografia e Indumentária
Maia Koudela / Trabalho de Corpo
Lucas Rosa e Paulinho Batista / Fotografia e filmagem
Patrícia Neves / Professora Responsável
Coordenação do curso: Tania Boy
Grupo de teatro da Universidade de Sorocaba: Formado a partir da estrutura do curso oferecido pela Universidade de Sorocaba, pelos alunos do primeiro, terceiro e quinto período. Ao sair do ambiente dass salas de aulas tradicionais, o espetáculo suspirou ares e passou a trocar energias com ambientes exteriores. O grupo continua trabalhando com o espetáculo no segundo semestre, na disciplina de pedagogia do teatro, com a professora Patrícia Neves.
Sinopse: O espetáculo “Alegorias Pantagruélicas” é a narração de toda a aventura de Pantagruel – da voz de Rabelais – desde seu nascimento até o encontro com a Sibila. Os acontecimentos desse universo quinhentista são trazidos para o que é mais próximo de nossos hábitos brasileiros. Imagens, textos e sons nos remetem aos costumes medievais
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